terça-feira, 31 de julho de 2018

Vamos a Banhos




Quando caminhava
com os olhos postos no chão,
chocou com um transeunte
por não o ver aproximar-se
em sentido contrário.
Se foi castigo dos céus
o que aconteceu
ou equilíbrio da natureza,
não sabia.
Nada sabia de muito relevante.
Simultaneamente
um automóvel  passou,
rodou as suas rodas do lado direito
bem no meio de uma poça.
E ele acordou, claro,
devido áquele inesparado
#banho de lama.
Foi assim que
terminaram, abruptamente,
as  conversas tolas
que, ao momento, mantinha
consigo mesmo, sobre
os dentes dos elefantes
os espinhos das rosas
e o petróleo brilhante, a refletir
em todo o lado.
Banhos não. Nada sabia,
não sabia de nada.
sob aquela
perspetiva de mares negros.


Na terceira tentativa
de apanhar búzios em aflição
só para os poder ouvir
a gritar,
presos no seu universo pequeno,
e encaracolado.
molhou uma última vez
a ponta dos pés na água
mas só o contacto com ela, fria,
tornou a desistência mais fácil.




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