terça-feira, 3 de julho de 2018

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A velhota, acamada há uns anos, só queria que lhe lessem os livros.
Todos os dias, depois das tarefas cumpridas, a higiene já feita, e a sopinha já comida, Ana lia-lhe duas ou três páginas de dada história, recomeçando o que tinha deixado em suspense na noite anterior.
Ao príncipio, quando lhe tinha começado a trabalhar para ela, como cuidadora, e lhe falaram nessa necessidade, a de ler em voz alta para a entreter, explicou que tinha pouca instrução que soletrava muito, e que temia não ser capaz, mas a senhora insistiu, disse-lhe que era fácil, que num instante aprenderia, que quanto mais lesse mais as palavras haviam de fluir na sua boca, e haveria de lhe saber tão bem como se bebesse água num dia de muita sede.
ana gostou daquela frase, da voz suave e rejuvenescida da senhora, e aceitou. e agora era o momento mais agradável de todos, no seu trabalho, e marcava as folhas com marcador 


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