domingo, 8 de julho de 2018

Tulipas

Fugia nem me lembro
de quê.
Quando,
em último recurso
entrei naquela boca escura
no meio das rochas,
encontrei lá dentro
campos e campos de túlipas.
que formavam
quadrados coloridos,
numa extensão a perder de vista,
e só  desapareceram,
quando os meus olhos
deixaram de ter
capacidade para os ver.
Nessa mesma noite,
enquanto a luz artificial
pintava a cidade de amarelo,
formando clarões
abstratos
que iluminavam as árvores,
tílias cheirosas
espalhadas por Lisboa
os passeios e os carros,
também o silêncio
tinha
uma cor própria,
ou o aroma,
e eu dormia, na minha cama,
de olhos abertos,
para de manhã
me lembrar de alguns
dos sonhos,
que poderia um dia,
voltar a ter.






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