sexta-feira, 20 de março de 2020

Suselene

O jardim tinha sido projetado ao pormenor.
Havia canteiros de auroláquias venosas em flor, majestosas cilindras prioritárias fazendo agradáveis sombras e por baixo das quais colocaram bancos e mesas de madeira para os piqueniques, tufos de matrafonas intelelectus de várias cores e até um grande #desperdício oficinalis de uma espécie carnívora, embelezava o espaço.
Suzelene não sabia tratar-se de uma planta carnívora, infelizmente não havia qualquer indicação nesse sentido, e resolveu apanhar um ramo dessa belíssima planta para, quando chegasse a casa, fazer um lindo arranjo.
Assim que esticou o braço para agarrar um galho muito bonito, levou uma dentada e começou a sangrar abundantemente.
O desperdício, ao sentir o cheiro do sangue vivo, ficou tremendamente excitado e com vontade de comer pessoas inteiras, e então, moveu alguns dos seus troncos para estrangular Suzelene que, devido à dor profunda que sentia, não conseguiu pronunciar uma palavra para pedir ajuda.
A árvore aproveitou a incapacidade de defesa da mulher e estrangulou-a. Imediatamente a seguir, comeu-a, cuspindo apenas os óculos e os sapatos porque sabia, por experiências anteriores, não digerir convenientemente estes acessórios humanos.

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