sexta-feira, 20 de março de 2020

Jaimina Quelónio

Quando Jaimina Quelónio nasceu, todas as fadas madrinhas do mundo se reuniram em Lisboa (tanto assim é que mais uma vez cortaram a Av. da Liberdade ao trânsito), para decidirem que feitiços bons haveriam de exercer sobre Jaimina por forma a ela ter uma vida feliz.
A presidenta das fadas, Maga Monga, tinha várias ideias na sua cabeça aérea, mas não quis expressar nenhuma sem primeiro ouvir a opinião dos seus pares.
Após pôr ordem na assembleia, o barulho era ensurdecedor pois não se encontravam havia muito e conversavam, riam e gritavam para se fazerem ouvir, Maga Monga expôs a todas e todos, o feiticeiro Super Parolo estava lá na intenção de aprender a cantar o fado, porque os magos ainda não  tinham acesso a essa profissão e era uma porta de entrada para o mercado laboral, mas como dizia, Maga Monga tomou a palavra.
Pegou, então, num cálice cheio de palavras, bebeu-o e começou a falar:
_Jaimina Quelónio foi designada para ser a criatura mais feliz do mundo e, ao mesmo tempo, parecer aos outros uma tartaruga normal. Cabe-nos a tarefa de a transformar com as nossas varinhas mágicas e as nossas capacidades. Aceito todas as sugestões._
Abóbora Encantada levantou-se imediatamente.
_Proponho que Jaimina possa voar no fundo dos mares, nadar nos céus, e também que se possa transformar em motociclo para melhor lidar com o trânsito, se por acaso viver numa zona suburbana e precisar fingir que é uma tartaruga sem poderes, dessas que andam normalmente por aí._
"Muito bem!" Gritaram em uníssono.
_Está, então, decidido. Dou por terminada a assembleia. Podemos passar ao almoço!_
E dispersaram pelas portas abertas do anfiteatro.
Joaquina Morcela teve que usar ainda a sua varinha mágica para coçar as costas numa zona onde não conseguia chegar com as mãos e quanto a Jaimina Quelónio, não sei se é feliz ou não.

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