sexta-feira, 20 de março de 2020

Da Série, Pequenas Histórias Policiais

_Temos aqui um #quiproquó, meu caro Santos, o cadáver apresenta duas facadas nas costas, uma bala na nuca e demonstra sinais de envenenamento pelo que observamos do tom azulado da pele. Mas isso também se pode dever ao facto de ter estado mergulhado no rio com um saco de pedras atado aos tornozelos durante várias horas. A equipa forense nos esclarecerá._
_Mas não terá sido um acidente, chefe?_
_Poderá ser_ respondeu, pensativo_ Ou suicídio, mas não me parece. Há indícios de que alguém queria este indivíduo bem morto. Mortíssimo. Está a apontar? Aprenda com quem já tem muitos anos de investigação. Repare noutro pormenor interessante. Ora tire lá os óculos ao cadáver e coloque-os o Santos. Percebeu? São óculos de ver ao perto. Ora ninguém se suicida enquanto lê. É impossível. Improvável, talvez...Pode ter ingerido o veneno e, enquanto ele fazia e não fazia efeito, prendido os pesos nas pernas, ter-se esfaqueado a si próprio e, até se esvair em sangue, dar o tiro, ir buscar livro para fingir que lia tranquilamente e imediatamente a seguir lançar-se às águas do rio._
_Muito bem visto, chefe. E aquelas ervilhas nas narinas? Serão irrelevantes?_
_Naturalmente, Santos, naturalmente._

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