sexta-feira, 20 de março de 2020

Lâmpadas

"Olha um espaço em branco onde se pode escrever qualquer coisa!" E movido por essa provocação extraordinariamente impulsionadora, pôs-se a dissertar sobre #lâmpadas sem ter grande coisa para dizer, ou, melhor explicado, sem lhe vir à ideia nada de especial, a não ser a recordação da noite em que percorreu a sua rua para chegar a casa e, conforme prosseguia a caminhada, as luzes dos candeeiros iam-se apagando à medida que passava debaixo deles.
Faltava apenas um candeeiro, aquele que ficava mesmo junto à sua porta, se se apagasse ficaria em escuridão completa e, ao momento, eu, fazedora de mini micro histórias tontas, encontro-me num enorme dilema. Faço o candeeiro apagar-se e encho de medo a criatura que inventei? Ou, ao contrário, imagino a luz do último candeeiro, o último, intensificar-se e provocar ondas, raios de luz extraordinariamente fortes e de todas as cores?
As árvores, o passeio, os pássaros noturnos e os automóveis cinzentos alinhados no estacionamento mudariam assim de tonalidade a cada cinco segundos, e o homem encostar-se-ia ao muro de sua casa a observar, impressionado com tamanha beleza ficcional.
Opto pela escuridão quase total, não fosse a lua..

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