quinta-feira, 10 de maio de 2018

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Já nem voavam há largas
horas,
as abelhas, sobre as zínias
dos canteiros ali em frente.

Talvez devido à poluição.
 Foi quando, uns pés de vento,
inusitados,
nasceram, espontâneos, do chão.

E puseram as folhas, caídas,
a rodar em movimentos
concêntricos,
indiferentes ao que se
passava
e obrigaram, muito
maldosamente,
as árvores a deixarem
tombar as suas hastes
mais pesadas,

"És um monstro, #Zoroastro!"
bichanavam os objetos
de dentro da montra
onde eu estava encostada.

Insuportáveis,
tentando induzir-me à maldade,
a altas horas da madrugada.

E não se calavam, agitados,
por causa do medo. estampado,
porque o medo, por vezes,
se estampa nas caras
da bonecada.












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