quarta-feira, 23 de maio de 2018

Mini

Agarrou-se ao corrimão com a mão esquerda,
para ver os improváveis papagaios
que, lá em cima, debicavam as flores verdes.
Subiu.
Um fio de inspiração, caía como humidade invisível,
dir-se-ia suspenso, mas não estava.
Bastava olhar em redor, para as casas, para os telhados,
e perceber o circuito das caleiras,
ouvir o seu interior, acumulado,
a sussurrar sons líquidos, guardados
dentro de um tubo de pvc, ou outro material qualquer,
mais eficaz e inovador.
Era o parque dos estudiosos, e dos imaginativos,
que carregavam consigo os livros e os computadores.
E maçãs. Tem tudo a ver com maçãs porque
tinham que comprar uma antes de entrar,
ERA A NORMA!
E era, também, o preço do ingresso, para ver o poço dos amores.
Quando chegou, nesse preciso momento,
as aves agarravam com o bico as flores cor de rosa,
pintadas do tom verdadeiro, menos trágico, mais real, e mais belo,
e, com três ou quatro movimentos do maxilar
(será que os pássaros têm maxilar? Não me parece),
comiam o ponto amarelo que lhes interessava
e deitavam fora todas as outras cores.
No chão  #mini bolinhas de criatividade, que os pássaros cuspiam
(será que os pássaros cospem? Duvido), e ervas pisadas,
sobrepunham-se, intoleravelmente,
à presença dos homens e das mulheres.
Os  papagaios eram os protagonistas. Lindos! Verdes!
Após a ingestão da maçã,
Tem a ver com um certa  durabilidade do açucar
no sangue, acho eu,
e da observação caótica da paz que o cercava,
agarrou-se ao o corrimão com a mão esquerda,
não..., com a direita, não..., com as duas,
agarrou-se ao corrimão com as duas mãos imperfeitas,
mas desta vez para descer.




















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