terça-feira, 15 de maio de 2018

Eurovisão


Estava eu sentada num banco de jardim, quando uma estátua se pôs a conversar comigo.
Até aqui, tudo certo. Não é novidade para ninguém, já têm aparecido estátuas falantes noutros sítios, mas, o  que se tornou de facto fora do comum,  foi a insistência dela em querer ver, ao vivo, o festival da #Eurovisão.
A sua tristeza era tão genuína que me comoveu, e por isso, enrolei-a num cobertor que tinha dentro do carro, sentei-a o melhor que pude no banco da frente, e lá fomos nós.
Mas, infelizmente, não chegámos ao nosso destino
Ao princípio fomos conversando, embora eu não seja muito de conversas, mas ela era muito sabedora e bem falante, e isso é,evidentemente, um fator muito agradável.
Ainda a avisei: "Já sabes, polícias e seguranças, não dizes nada. Eu é que falo, para eles não desconfiarem!".
Pelo caminho, e no decorrer da conversa, comecei a aperceber-me do erro que tinha cometido.
O estúpido do Vasco da Gama, ou lá o que era aquilo, não se calava, e após algum tempo de reflexão sobre o que se deve, ou não, fazer para agir corretamente, larguei-o na primeira mata que encontrei.
Ele que se entretenha a assustar as pessoas que por ali passam, que seria a atitude de qualquer um no lugar dele, e se deixe de lamechices  e solidões.
Só me fez gastar gasolina.








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