quinta-feira, 11 de abril de 2019

#Virgínia_Woolf, ou Mais Uma História de Amor.

Belita procurava desesperadamente o amor.
Até ali tinha tido vários relacionamentos mas nenhum durara muito tempo, e começava a sentir-se triste por não ter encontrado ainda o parceiro  da sua vida.
Um dia, cruzou-se com Frederico o vizinho, seu amigo desde os tempos em que fumavam às escondidas atrás da casota do cão, e que vinha acompanhado pelo seu tio, um industrial de sucesso na área da construção.
Tinham acabado de almoçar e o senhor  vinha palitando os dentes duma forma tão sensual, que Belita sentiu variadíssimos arrepios ora pela espinha abaixo, ora pela espinha acima, numa dinâmica completamente nova para ela.
A Justino também ela não passou despercebida. Belita era muito bonita, ainda, apesar da juventude já ter lhe ter fugido há um tempo, e aliás, quando é o momento de encontrarmos a nossa cara metade nem reparamos se aquela pessoa é careca .ou lhe faltam dentes, ou se não cabe dentro da roupa, e outros pormenores que não assumem qualquer relevância.
Frederico percebeu de imediato o que se estava ali a passar e resolveu afastar-se, não sem antes comentar, "Ai, ai, ai, seus marotos, vamos lá ver!"
Quando Belita e Justino ficaram sós, chegaram-se mais um para o outro, um pouco envergonhados, mas com uma felicidade crescente a invadi-los, e um calor difícil de suportar nas faces enrubescidas.
Frederico, que tinha ficado a espreitar atrás duma árvore, pois era fã incondicional de histórias de amor e do bem entre as pessoas e os povos, viu, com agrado, Justino oferecer o palito usado a Belita, que o reutilizou imediatamente, encantada e com enorme prazer.


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