quarta-feira, 10 de abril de 2019

mamam

Pulava entre os escombros, saltava as instáveis pedras de mármore rosa.
Nada disso, nem sabia o quê. Cansaço ou loucura ou sonho.

Era já tarde tardia,  quando fui mandado parar numa operação stop. Depois da devida apresentação dos documentos que se encontravam, evidentemente, em ordem, os polícias mais altos e mais gordos mandaram-me abrir a bagageira do automóvel.
Tentei evitar, falando-lhes no tempo, que chuviscava, formando brilhos deslumbrantes sobre a água.
e outras imagens maravilhosasa, na tentativa de dinamizar as suas veias poéticas  mas não ligaram nenhuma, até fizeram  uns trejeitos na direção dos colegas, como que para dar a indicação de  que  eu tinha um discurso desconexo, que provavelmente não estaria bem.
Como não se deixaram desconcentrar,  lá tive de obedecer, rezando para que passassem dspercebidos
. Tinha-os tapado com uma manta. Atirei com ela lá para dentro de forma displicente, e ela caíu, aleatoriamente sobre eles, para dar um ar ocasional à desarrumação, deixando prever nada, ou ninguém, escondido lá debaixo, mas, nunca sabemos até onde vai a perspicácia de cada um, e cada caso é um caso,
Levante aí essa manta encarnada, ordenou o mais franzino, e mais inteligente, e eu não tive outro remédio senão obedecer, levantá-la, descobrindo as três bestazinhas que levava  de volta para o seu habitat natural,  sem que ninguém soubesse.
Quando se viram destapados, sorriram de contentes por causa do sol que lhes incidia nas ventas, e quando sorriam, mostraram-lhes uma fileira de dentes, pequenos e  afiados, próprios para morder.
mas desativados fazia muitos anos.
Apesar de bonzinhos, continuavam com um aspeto aterrador, os agentes da autoridade não arriscam quando se trata de criaturas horríveis provocando propositadamente, e perseguiram-nos com os seus bastões.
Mas eles conseguiram esgueirar-se, e ainda hoje andam por aí, escondidos nas reentrâncias da cidade.















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