domingo, 3 de junho de 2018

O Monstro da Àrvore

Adoro  o seu perfil
bordado a verde.
Os buracos das órbitas
são visíveis, sempre.
Uma teia descarnada
e assimétrica
encobre-lhe a existência,
mas eu vejo-o.
Só eu o vejo.
É meu.
Deste lugar inconcebível,
onde monstros de papel.
se reinventam
nas copas
das árvores.

As suas barbas tenebrosas
balançam, livres,
ao sabor do vento,
impercetível,
esse vento meu,
que afaga os seus  raríssimos
cabelos,
rodando os pulsos,
em movimentos
ondulantes.





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