domingo, 17 de junho de 2018

Levada

As conchas e os búzios
rolavam conforme a água
ia e vinha
nas sobras das ondas
que amaravam na praia.

Ao chegar, morriam.

Depois, mais tarde,
muito mais tarde,
onde estás tu?
E tu, e tu e tu?
E foste embora,
Ou irás....,
ou vais...,
ou vou eu.

Morria uma e logo
vinha outra,
displicente
e fraca.

Curvamo-nos para as
apanhar,
e o nosso corpo
inicia nessa altura
gloriosa
o processo
de cair para a frente.

São #levada(s) para
outro lado,
porque estão sujas.
Abro a torneira,
deixo correr a água
e ouço o barulho
do mar,
um disparate.

Daquele mar
tranquilo,
de ondas mortas,


Estava tudo
tão sossegado
na memória
e agora, nitidamente,
as conchas e os búzios
rebolam
na areia.

Procuramo-las inteiras.
para que as possamos ver
como
pedras preciosas.

Mas não vou complicar mais. São apenas, conchas e búzios, (ou  madrepérolas), afinal partidos,
pela erosão dos tempos e ainda hoje, sem falta, hão-de ir parar ao caixote do lixo.



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