terça-feira, 5 de junho de 2018

Zimbório

Simplemente me disseram, não pares de mexer os dedos, e eu continuei, sempre.


Pela beira da auto estrada andava um homem. As pessoas passavam, dentro dos carros e comentavam: Olha, um homem!
Ele, por sua vez, não se lembrava de ter ido ali parar.
Subiu ao alto do zimbório, para ver as vistas, os turistas.


Debruçados sobre eles, os dois patologistas  examinavam os cadáveres.
"Se vires com atenção, um tem apenas as órbitas e o outro agarra com uma das mãos, a esquerda, o que revela que era canhoto, agarra, dizia eu, , o que parecem ser dois olhos. Tira uma foto.
 Presumivelmente são os mesmos que faltam no primeiro. Temos que recorrer ao ADN para que constitua prova."
"Mas faltam os olhos, também, ao corpo encontado nas margens do Tamisa."
"Sim..., é verdade. Tens razão. Podem ser desse, e até faria mais sentido.
O assassino matou-os às oito e trinta, Há testemunhas que ouviram gritos quando vinham para a missa das oito, atrasados precisamente meia hora. E mais, pareceu-lhes, ao olharem para cima, verem sombras enraivecidas no #zimbório, e sangue a escorrer pelas paredes. Já descartámos a hipótese do sangue. O laboratário diz que  é Compal de frutos silvestres.
E o que é isto que este tem entre as unhas? Aparenta ser ovo mexido. Recolhe.
A propósito..., sabes se chegaram a encontrar a mão do velhote do caso de ontem? Eles que procurem melhor. Deve estar entre as silvas."




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