quinta-feira, 31 de janeiro de 2019

Sem título rascunho outro

O poeta insistia para que o declamassem mais num grito.
Quem lia os seus poemas, e depois os projetava para toda a sala deveria saber que os seus versos eram gritos para distante, ou eram pausas tristes ou sorrisos ou garagalhadas
Os seus versos era fortes, tão fortes que não mereciam ser tratados tão indiferentemente, como se fossem uma merda qualquer, um panfleto que se agarra no supermercado ou um papel que se tira  do pára-brisas, "compro todos os carros, novos e usados", como se estivesse a vender qualquer coisa, com aquelas palavras próprias de vendedor de carros.
Por isso que exigia que fossem bem lidos, com o seu coração a palpitar na cabeça de quem ouve declamar.
Uma fortaleza tão grande que era preciso gritar-lhes de vez em quando, sorrir-lhes, também, nem que fosse pouco, mas nas alturas certas.

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