sexta-feira, 25 de janeiro de 2019

Inverno

A excelência dos pássaros
voltaria com a Primavera.

Sentiam-se os seus modos suaves
transitando de sul para norte,
as flores os botões alvos,
alguns,
palavras escorregadias
nas manhãs minhas.

Deslizavam na humidade,
abriam-se, brotavam,
beijavam o ar,
e bebiam-no,
e esvoaçavam em mil
outras formas
de que me lembro
que aconteciam,
num poema.

Era o grito das aves
noturnas,
um lamento
lá de dentro, da noite.

Era o inverno.
As gaivotas teimavam
em lembrá-lo,
gritando sobre os telhados,
avisando da tempestade,
do mar revolto
do outro lado da serra.

Contornavam-na, fugindo,
voando, sobre os campos,
desde onde acabam as árvores
de troncos
inclinados pelo vento,
até onde
se avista o mar violento,
para virem cá ter.






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