sexta-feira, 11 de janeiro de 2019

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Apareceu um cozinheiro, com o seu grande chapéu, a jaleca impecável, tudo extraordinariamente branco , de um branco refletor, quase encadeante.
Saiu subitamente de trás de uma colona sem eu estar à espera. Na verdade, já calculava que haveria de ser abordada por alguém, e até presumia que se tratasse de mais do que um.
de forma que não me espantou assim tanto quando ponho as mãos em pala sobre os olhos para os proteger do sol, e vejo, bem ao fundo, uma velhota sentada, numa poltrona em pleno átrio do relógio de sol. Junto a ele.
O cozinheiro colocou-se do meu lado direito e continuou comigo,o passeio que dava por entre os jardins do velho palácio, restaurado nem faz muitos anos.
Quando passávamos debaixo de uma grande árvore, presumo tratar-se de uma tília cheirosa, estancou de repente, inclinou-se e arrancou qualquer coisa da terra, ao mesmo tempo que indagava: "Gostas de cogumelos ?",
Achei, sem no entanto referir fosse o que fosse, que estavam mal escolhidos, um cozinheiro e uma velhinha sentada a tricotar. mas quando ele me apresentou a senhora como sendo familiar chegado, entendi, de uma vez por todas que a história tinha pernas para andar, tinha corações palpitantes, tinha laços para aquecer o ambiente, e não ser apenas um dos muito poemas de solidão que percorrem o caminho imaginário de alguém

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