quinta-feira, 20 de dezembro de 2018

Zeferino

#Zeferino era tão
pequenino
que ninguém dava nada
por ele.
Vivia a vida assustado,
escondido atrás  do
cabelo.
Quando veio a mulher
com aquele champô
maldito
e lavou a cabeça do
miúdo,
sentiu-se asfixiado
e acabou por
morrer.
Caíu na banheira ainda
com vida,
contorceu-se de
aflição,
espasmou, digamos
assim,
pela última vez, e, aos
poucos,
o seu corpo imobilizou-se
com as patas viradas para
cima.
Já sem oferecer,
portanto,
qualquer resistência
a água espumosa arrastou-o,
rapidamente, até ao
ralo.
Antes era um piolho
feliz.




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