terça-feira, 11 de dezembro de 2018

Remo

Quando o inspetor Serra chegou ao local do crime, o corpo encontrava-se na beira do rio e uns metros à frente um remo ensanguentado parecia ter sido atirado ao acaso.
Debruçou-se sobre o cadáver, que tinha a cara esfacelada do lado direito.
Veja o que lhe está a sair do ouvido intacto? Cotonetes. Isso não lhe faz lembrar nada?
O ano passado ouve dois casos idênticos, em que o assassino enchia destruia a cara à vítima, mas só de um lado, e do outro . E se eu não estiver enganado, há-de ter a boca cheia de pasta dos dentes. O homicida ainda não foi apanhado.
Ora viu, espreite lá! O que lhe disse? Foi o Limpinho.
 Dá ideia que foge a correr e atira o remo para um lado qualquer, o remo ou outro objeto contundente. O ano passado foi com tarolos de madeira que apanhava nos bosques. Apareciam com restos de cérebro e outras minudências, abandonados a seguir ao crime.
Parece ser assolado pelos remorsos imediatamente a seguir ao ato, Vê aquele olho pendurado pelo nervo ótico ao ramo da tília?  Não lhe parece estranho a estátua precisamente do lado oposto, ter um sapato pendurado na espada? Vocês não reparam nas coisas importantes.













Sem comentários:

Enviar um comentário