terça-feira, 11 de dezembro de 2018

Nem Mãe #Tintim nem pai Milou

E era ali que as mulheres se entretinham a parir poemas,
quando nasciam eram embalados em braços cuidadosos.
e os poemas percorriam pequenos segmentos
de um lado para o outro
verdadeiros  pêndulos a adormecer.
Era, era uma vez o era uma vez o número sete, talvez.
O último
Fazem camisolas para guardar quentinhos
os mini versos acabados de nascer.
Olha que coisa tão linda, um bebé encantador, olho azul, um mar...
Num canto de pardieiro,
num lugar qualquer do mundo onde viva muita gente,
há sempre uma mulher meia louca
que está a parir um filho entre as pernas de uma cadeira manca.

Era a melodia que cantava quase sempre quando se sentia feliz.

Quando o bebé nasceu,
um poema que quis embalar em braços cuidadosos
fazendo-o percorrer pequenos segmentos
de um lado para o outro,
verdadeiros pêndulos para adormecer,
aqueles braços cruzados debaixo dele.






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