quarta-feira, 14 de novembro de 2018

As Tangerinas (do grupo Era Uma Vez)

Era uma vez uma menina muito má.
Logo quando nasceu, e abriu os olhos pela primeira vez, as enfermeiras perceberam a maldade que havia dentro dela por causa daquele olhar gelado e maléfico.
Quando já tinha idade para ir à rua fazer uns recados, a mãe mandava-a à mercearia fazer pequenas compras, de alguma coisa que faltava à última hora, e era quando a miúda aproveitava para fazer maldades.
Nesse dia, tinha de comprar #tangerinas e outras pequenas merdices que não vale a pena mencionar.
Quando se viu com o saco na mão, percebeu que aqueles pequenos frutos eram bons projéteis para atirar às pessoas. Talvez, quem sabe, conseguisse magoar alguém como deve ser.
O problema era que tinha que chegar a casa ainda com algumas para a mãe não desconfiar, mas como era muito previdente, enquanto as pusera no saco, tinha, também, roubado umas quantas e metido dentro dos bolsos.
Conseguiu acertar numas quantas pessoas, o que a deixou feliz, mas, quando tentou partir o vidro de um carro, o fruto desfez-se com o impacto, e não chegou a causar nenhum estrago.
Frustrada, voltou a entrar na loja e perguntou se podia trocar as tangerinas por cebolas, ou batata doce, por serem mais pesadas, e, portanto, melhores para fazer estragos.
Foi quando viu as meloas, e sorriu de satisfação.
"Levo quatro. Depois a minha mãe vem cá pagar a diferença"
Foi assim que morreu a D. Alice, atingida em plena rua, na cabeça, sem hipótese de reanimação, e foi também assim que sr. António ficou paraplégico durante meses, até recuperar depois de milhentas sessões de fisioterapia.
Hoje em dia, é uma mulher adulta muito normal, e até, mais boazinha do que a maioria das pessoas, facto que a ciência não sabe explicar.


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