terça-feira, 5 de março de 2019

Para mim

Ermengardo cantarolava enquanto descia a colina cheia de flores.
Ele e a sua cabrinha montesa, a Laura, iam saltitando por ali abaixo, e de vez em quando paravam para as apanhar e gurdá-las no cesto que a cabrinha trazia ao pescoço
Havia #ócios cor de fogo, vagares azuis, quietações amarelas.
De súbito, o tempo ameno começou a variar. Formaram-se nuvens rapidamente, o vento levantou, e elas circulavam no céu a grande velocidade.
A chuva imensa invadia tudo, as árvores choravam de dor, Ermengardo e Laura estavam debaixo de um grande plátano que sangrava mesmo sangue, ouviam-no gemer.
Laura era uma cabra sensível. Quando ouviu o lamento da árvore, abraçou-se a ela como se fosse sua irmã.
Ermengardo observava, comovido, quando sentiu uma tão grande dor no peito, lancinante, mesmo, de tal intensidade que pensou ter sido apanhado por um dos raios da tempestade que desabou sobre eles. minutos atrás.
Caíu desamparado, e não conseguia levantar-se, Laura não podia ajudar porque tinha os cornos entalados na árvore.
Chovia desalmadamente e as águas subiam, rápidas, Ermengardo e a cabra estavam prestes a morrer afogados, quando uma pomba encharcada falou com eles. 
"Já repararam que esta história é super estúpida? avisou-os mais do que uma vez.
Mas eles não lhe deram ouvidos e, tragicamente, acabaram por falecer.




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