quarta-feira, 13 de março de 2019

b,ug,g

A miúda estava sentada no cimo da oliveira, que, como era muito velha, construía abrigos para as crianças, entre os grossos troncos desalinhados  e a folhagem
Balançava as pernas, para tràs e para a frente não via mais nada a não ser o que lhe ia dentro da cabeça.
O céu invadia o espaço livre pelo meio das folhas e das pequenas azeitonas, e era também por lá que entrava o ladrar dos cães, o cantar dos pássaros, o chocalho dos bois e o balir das ovelhas.
A mãe chamava-a, debaixo do alpendre punha as mãos em concha, naquela direção e gritava "Ariana Ariana!", e ela descia da árvore, atravessava o quintal, para se juntar ao almoço de família.
Era ela que punha a mesa, primeiro esticava a toalha, depois baixava-se para tirar os pratos do aparador, os talheres, os guardanapos, e o resto das coisas, até tudo estar completo e arrumado nos seus devidos lugares.
Dois gatos mais atrevidos  vinham das suas casas para assistir à refeição, à espera de uma espinha ou de um pedaço de peixe que pudesse cair no chão.
Ariana sentava-se ao pé da janela. Por lá observava a roupa no estendal a balouçar ao sabor da brisa morna,




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