segunda-feira, 25 de março de 2019

Jornada já não aguento mais.

É brutal estarmos os dois aqui sentados, na asa de um avião em andamento, a conversar
Nem me parece assim tanto, parece-me tonto,sou de opinião que mesmo o mais absurdo dos absurdos tem que fazer algum sentido. Outro fator muito importante é que tem que estar bem escrito, de alguma forma ser bonito. Desculpa  o meu modo, sempre versejando, ou falando de literatura, mas já não sei estar de outra maneira.
Ora essa, gosto de te ouvir, embora fales uma língua que não percebo. É musical.
O que eu quero dizer é que não pode um estar vivo e outro morto, por exemplo. Isso não faz sentido
Também é esquisito, mas já não sou Presidente há uns tempos, nessa fase da minha vida saberia explicar melhor, alguém precisar de cinco ou seis vidas diferentes para se expressar, também não é normal, és muito esperto, inventaste uma farsa para teres mais tempo disponível que os outros. Eu compreendo.
Olha ali o oceano que nos separa, nem levantamos voo com o vento nem nada, a maior estupidez e irracionalidade de sempre.
Não foste tu a afirmar que o homem é do tamanho do seu sonho, e não fui eu que pedi à minha Michelle para comprar um iman para pôr no frigorifico com esse dizer?
O quê? De tudo o que escrevi, dos homens que inventei e que ofereci ao mundo, apeteceu-me, serviu para ir parar a um frigorífico, do outro lado do oceano parar ao teu, frigorífico, com um dizer escrito sobre a testa?
Vamos atravessar uma depressão, segura-te bem, Fernado, agarra-te.
Tu, que escreves tanto vê se controlas o número de palavras para podermos parar com esta loucura adiante.
Deus nos ajude.
Concordo.
O que é este ruído, espera vou atender, É a minha mulher.
O quê? É isso um telefone portátil? Isso existe?
Deixa-me falar com ela. Michele, muito prazer, tem de compreender não podemos inclui-la nesta conversa.  Tenho que desligar, com licença.
Espero não ter sido rude.


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