sábado, 13 de outubro de 2018

Uma #Romã na Tempestade

Devido ao bom tempo
e às condições atmosféricas
favoráveis,
anteriores,
viveram como  aves
durante muito tempo

Mantinham-se, pairando.

Mas uma ocasião,
o vento  forte
soprou sobre um grupo
de palavras, daquelas,
mais distraídas,
que ali estavam à conversa.

Nem se aperceberam
da tempestade a aproximar-se.

Foi demasiado rápido,
e acabou por levar
o que conseguiu arrancar
do amontoado.

Nomeadamente as coisas
soltas.

Algumas amparavam-se,
entre si,
esticavam os  braços
o mais que conseguiam,
entrelaçavam-se
umas nas outras.

Até se abraçavam,
para fazer frente à ventania,
mas acabava sempre
por fugir qualquer coisa.

Voava tudo
o que estivesse solto,
os barcos batiam nas rochas,
os destroços vogavam
nas ondas.

Voavam os carapuços
dos sobretudos,
os aneís dos dedos,
e a mão dormente que
segurava o guarda chuva.






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