sexta-feira, 6 de abril de 2018

sarampo

Quando acordei, um ganso passeava pelo teto do meu quarto.
As suas patas, com membranas interdigitais, faziam de ventosa na superfície branca, e ele avançava como se fosse normal passear por ali com o corpo virado ao contrário.
Aquele ruído, "clak, clak", das patas a desprenderem-se eliminando o vácuo, despertou-me completamente.
"Eh! O que estás aqui a fazer?"
"Eh, não. Eu tenho nome! Sou o #Sarampo."
A lata do animal! Aparece sem ser convidado e ainda se põe com exigências.
Mas antes que eu pudesse responder, atravessou a parede e desapareceu.
Aguardo uma próxima vez que me visite para o confrontar com tamanho abuso da liberdade.
Isto só visto. Se eu contar, ninguém acredita.

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