sábado, 28 de abril de 2018

Euridice

Euridice sabia.

A vizinha, a D. Agostinha
a viver paredes meias
com ela, a tão bela,
tantas vezes a avisou
"Já lhe disse, D. Euridice,
#Orfeu não virá!
Não o fará, como prometeu.
Eu a ajudo-a a viver
o dramazinho, D. Euridice.

Faz ideia, a senhora
de como cai para o mar
aquela aldeia e ele a ter que
a segurar?
O trabalho que isso dá?
O tempo que leva?
E aquela voz que têm...!
Irresitível!
Perdoe, D. Euridice, mas foi
o próprio que me disse:

"E como cantam...,até
se me arrepiam os cabelos!
e é natural, D. Agostinha
minha bondosa amiguinha,
um homem não é de ferro,
quanto mais um Deus!"

Pois não encontrou escamas
nas badanas da toga
ou lá que merda de fatiotas
são aquelas que ele usa?
Orfeu não virá, D. Euridice,
como prometeu.
Já lhe disse.







Sem comentários:

Enviar um comentário