sexta-feira, 27 de abril de 2018

Navegação

A água caí,
continuamente,
da fonte,
mas se olhar
lá para o fundo
verei um mar
de palavras.
Coloco as mãos
em concha
para matar a sede
enquanto tento
ouvir
o que o ele me diz
mas é tão difícil,
porque está
longe
e por ser um discurso
de água salgada.
Devo manter-me
assim, quieta,
o corpo idealmente
hidratado,
a existência tranquila,
debaixo do sol
morno
ao pé desta secreta
nascente,
ou, pelo contrário
devo atrever-me,
corajosamente
a navegar numa
previsível
e perigosíssima
tempestade?






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