quinta-feira, 5 de abril de 2018

5 de abril (por acabar)


#Ronaldo entrou, mas teve que empurrar as outras palavras
todas um pouco para o fundo da página para lhe darem espaço.
Depois, sentou-se numa pedra. Era um hábito seu, sentar-se numa pedra, agarrar num galho
com a medida certa e com a sua ponta desenhar no chão, distraidamente, um ou outro traço
sem sentido.
Caía da fonte a água, gota a gota, mágica e perfumada, por causa de algumas flores cuja essência era libertada apenas quando os pingos mergulhavam, matematicamente, na superfície transparente
e formavam círculos cheirosos.
Procurou estar atento, se procurou! Muito atento, ao frémito das folhas que falavam, uma competência mais que natural, já que a brisa as agitava, ou então porque as sentia debaixo dos pés descalços.
 E repetida, e invariavelmente, neste preciso momento, atirava o pedaço de ramo seco
para longe, e, caminhando, pensativo, saía calmamente do texto.













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