quinta-feira, 14 de fevereiro de 2019

Dia de S. #Valentim

Pessoas passam com flores.

Apressam o passo para não as estragar ao sol, mas, com isso, obrigam-nas a movimentos disparatados
que agitam os seus corpos leves, de pétalas naturalmente débeis, e elas chegam ao destino completamente descompostas.

Perdem a vivacidade, o orgulho de dizer aos outros,
"Nós somos belas flores, basta um relance de olhar".

Ainda assim, as suas cores e formas são capturadas, como que presas numa velha e resistente teia de aranha, com gotas de orvalho poeticamente colocadas pela madrugada e, felizmente, imortalizadas numa fotografia.

Por isso as lembranças que existem dentro de cada cabeça, tão centradas na dádiva do amor, acabam por cair no esquecimento, ao percorrerem aquele circuito habitual.

Vão com os ramos nas mãos.

Vão pela correria fora, nem se lembram da fragilidade, ou da delicadeza do que transportam submersos nos mares de automóveis, nos quilómetros  de escadas rolantes,
por onde descem, estáticos sobre os degraus,



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