quarta-feira, 7 de março de 2018

Neve

Era uma vez uma família de camponeses muito pobrezinhos.
O pai era um jovem, encantador e delicado, e a mãe uma robusta lenhadora. Viviam numa cabana, na floresta com os seus seis filhos pequenos. Eram de facto muito pequenos, tão pequenos que nem consigo descrever.
Numa manhã de rigoroso inverno as crianças começaram a gritar com fome e frio, e a mãe, que tinha acabado de cuspir nas mãos para melhor aderência ao machado, largou o dito e sentou-se numa pedra, a fumar.
"Se ao menos estes flocos que caem fossem de aveia e não de #neve."
E ao dizer isto, tocou com a biqueira da bota em qualquer coisa que luziu, como se de uma estrela da sorte se tratasse, ou, talvez, uma fada madrinha, ou ainda uma moeda que lhe daria para comprar tudo o que precisava.
Assim como apareceu, o brilho desapareceu, e depois voltou a aparecer, mas depois desapareceu e assim por diante, eu sei que se torna chato, mas a culpa não é minha.
Ao verificar que nada tinha acontecido a mulher encheu-se outra vez de tristeza, desiludida com os brilhos que tinha visto.
Mas, quando ao fim do dia, se aproximou de casa, teve uma enorme surpresa. Havia no ar um aroma revigorante. O seu bem amado esposo tinha ido apanhar cogumelos mágicos, e confecionado uma sopa  maravilhosa.
Como por encanto, os meninos começaram a crescer, até atingirem o tamanho dito normal, e os pais riram de felicidade para sempre.





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