quinta-feira, 28 de julho de 2016

Questão ( Enc. Ilustrada)

O cientista estava debruçado sobre o computador. A toda a volta repousavam folhas de papel, amachucadas, como prova da sua incapacidade de resolver a questão. Também no ecrã estava escrita aquela igualdade certeira, aquela verdade absoluta. Fazia uns dias que qualquer coisa no seu íntimo o tinha alertado para uma possível incorreção.
Dois mais dois igual a quatro! Há aqui qualquer coisa que não está bem. Surgida a dúvida, os dias seguintes foram dias de desassossego, mal dormiu e mal comeu!
Ora bem, dois..., mais dois...., igual a quatro!?!? Não, não pode ser! Ora bem, dois e dois...! Onde é que está o cinzeiro?
Não bate certo, esta igualdade. Pelo menos no meu espírito, esta inquestionável equação terá uma qualquer variante.
O ambiente era pesado. O fumo saía-lhe filtrado dos pulmões, e juntava-se ainda espesso, numa atmosfera densa, ao que subia do cigarro aceso.
Dois mais dois igual a quatro. Meu Deus! O que é que está errado aqui? Perguntavam os seus olhos encovados.
A mulher abriu a porta.
_Querido, tu matas-te aí dentro! Larga isso que vai começar a bola!

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