quinta-feira, 28 de julho de 2016

Imaginação ( Enc. Ilustrada)

O miúdo não tinha juízo nenhum!
Subiu a uma torre enorme, e de lá planou, direito a um planeta, que encontrou preso ao chão por um cordel.
Quando voltasse, o miúdo haveria de ter à espera todo o povo com bandeiras, e a mãe aflita para lhe dar uma sova, se aterrasse de mãos dadas, com um acaso de fada que pelo céu andasse às compras.
Na sua vassoura, muito compenetrada naquela primeira lição de aprendiz de bruxa, quando o miúdo a viu lembrou-se de mulheres, e talheres, e ampéres, e malmequeres, e ao cruzar-se com ela , sorrindo, cumprimentou-a .
Um sorriso tão disparatadamente largo que engoliu litros de vento, e se transformou no ar de um balão, que depressa encheu, e lhe roubou todas as curvas do nariz.
Ainda assim o miúdo sem juízo nenhum, mirou o sol para lá da lua, mais redondo do que ele, e então, e para sempre, quando viu a fada bruxa a fugir teve medo, e, com o propósito de rebentar de propósito, chegou-se a uma das muitas pontas de uma estrela de cinco pontas em papel brilhante, algumas verdadeiras outras imaginadas.
Quando rebentou, morreu!

Sem comentários:

Enviar um comentário