terça-feira, 17 de agosto de 2021

Terapia Para os Males do Mundo

Terapia para os Males do Mundo 



Havia uma invasora 
a comer o rio moribundo,
já nem parecia a mesma água 
invernosa,
nem o seu caudal inquieto 
corria como antes.

As árvores foram retiradas.

Mas com o tempo,
deixei de ver da janela
aquelas cicatrizes hediondas,
e o pássaro noturno 
foi resistir para outro lugar.

Imagino debaixo da terra,
as suas raízes invisíveis,
as suas raízes fundas.

Ao momento, os filhos
renascem do chão 
em volta do corpo anelar 
da mãe decepada.

Quando as cortaram
fiquei 
branca como a cal das paredes 
brancas
mas depois, tudo passou.

No outono,
O sol cor de laranja
entardecia-lhes, tanto as copas 
multicolores,
como as folhas monumentais 
e os dias acabavam assim.













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