sexta-feira, 27 de agosto de 2021

A Marina

A marina continha os barcos aprumados, 
olhando as luzes da cidade, enquanto
a noite se revelava na escuridão  
da água em que vogavam.
O mar deixava-se prender em lagos artificiais
de lados iguais,
quadrados de água escura, os passeios 
eram animados de gente que se auto coloriam
com os seus chapéus lâmpada pelos 
caminhos de ir e vir.
Os barcos mal estavam presentes, 
pousados sob o céu agudo, tão 
agudo quanto o ângulo das pedras que 
descem até  à beira ondulada da água 
salgada, onde os peixes cinzentos 
espreitam, por vezes encandeados.
Havia gelados por todo o lado. 
Pessoas passavam para trás e para 
a frente, e os barcos lá, escondidos, ou camuflados 
dentro do brilho fosco da penumbra, longe da luz. 
A água continha os barcos, a água pouco
refletia, violácea, impossível de transpôr.





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