quinta-feira, 13 de maio de 2021

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Era uma vez uma menina que partiu os #óculos. Estava a tirar uma pestana de um olho, que insistia em picá-la como um alfinete, não sei como, saltaram-lhe das orelhas e estatelaram-se no chão. Uma das lentes saltou e a outra rachou quase toda, de alto a baixo, na diagonal, e a fenda ficou a atravessar o vidro como atravessam os vidros os para-brisas dos nossos automóveis. 
_Ohhhh..._ exclamou,  ao apanhá-los do chão._Já  me lixei!_ e, num gesto resignado, voltou a metê-los na cara.
Foi andando pelo passeio, um pouco atrapalhada com o caminho, para mais que o dia estava cinzento, piorando a visibilidade, às vezes parava a cumprimentar um candeeiro, como se fosse algum dos vizinhos, foi apanhar do chão uma flor do canteiro, que era, afinal, um saco de plástico, fez festas a um gato, pensando que era um gato, não foi por mal, afinal era a cabeça da D. Mónica, que estava sentada na paragem do autocarro, acabadinha de sair do cabeleleiro com o cabelo pintado de Preto Devastador. Ainda se não tivesse dito "bichano, bichaninho", enquanto lhe alisava os cabelos  talvez ela não se tivesse irritado, enfim, passou todas estas peripécias  sempre com a preocupação  de saber o que fazer quando chegasse ao pé da mãe que era muito exigente e até, em determinadas circunstâncias, um bocadinho má.
"Talvez se negar até ao fim, fique como uma coisa sem importância", e com este pensamento,  tocou à campaínha de sua casa.
Ainda não  tinham vindo abrir, quando começou a chover intensamente e a menina, numa questão de segundos, ficou encharcada, mas lá  ouviu o trinco a funcionar e entrou rapidamente para não  se molhar mais. 
À entrada esperando por ela, estava a mãe mazona. A miúda parou no meio da entrada, formando imediatamente um grande lago à sua volta. 
_Onde é que tu andaste? O que é que aconteceu aos teus óculos? _perguntou-lhe a malvada, de semblante demoníaco e feroz,  enquanto dava meia volta para ir ao armário  buscar uma cana de pesca e um banquinho desdobrável para se sentar a pescar. _Não me mintas!_
A menina sabia que não devia mentir, sobretudo quando era fácil ser apanhada, era uma estupidez, por isso contou como tudo tinha acontecido_
_Estás a ver isto, estás? _Inquiriu o monstro à menina, em tom ameaçador.
_Não estou a ver nada._ respondeu a criança_Ê o quê?_
_E ainda me dizes que os óculos estão em condições! Tu, antes, reconhecias um achigã a léguas. Nem sabes o castigo horrendo que vais ter!  Olha, o para-brisas funciona! Nunca tinha visto! És tu que o ligas ou tem um sensor?_







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