domingo, 11 de julho de 2021

Violeta Inacabada


Um #toque de deslumbramento,  
era o melhor dos refúgios para Violeta, 
que entrava nas nuvens mais baixas 
para refletir o quanto amava o seu nome de flor.
Era só colocar as pétalas viradas contra o vento 
e tomava-se da capacidade de percorrer pequenos espaços, 
pousando ora nas telhas quentes, 
ora nos muros indolentes, ora nos terraços cinzentos.
Violeta amava tanto o seu nome que desprezava as outras, 
as naturais, crescendo sobre os microondas, 
suspensas dos tetos, ou espreitando, meses e anos, 
adormecidas junto às janelas onde não  bate o sol, 
confinadas a um espaço tão pequeno, 
um vaso de fracas proporções, 
e de gestos tão assustadoramente lentos, 
que se diria estarem imóveis. 









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