domingo, 30 de agosto de 2020

Por vezes, ali pelos meados do verão, o tempo
 ludibriava-nos apresentando-se em dias escuros e nevoentos,
 passe o facto de a atmosfera se apresentar  igualmente muito quente e abafada.
                               Foi num desses dias de agosto que, 
completamente impreparada para a chuva, 
de sandálias com unhas pintadas, e roupa fresca, 
saíu de manhã cedo, já a manhã era manhã luminosa acabadinha de nascer.

Nesse momento, quando se viu na rua, 

nada deixava adivinhar que chovesse, mas, 

ainda que fosse possível ter uma vaga ideia 

da modificação que iria acontecer, ninguém, 

com tanto calor logo pela manhã, 

se incomodaria a pensar num guarda chuva, 

ou numa capa protetora para meter no saco à laia de segurança.

Então,

 quando eram talvez sete e meia, oito horas da noite,

 se o sol não se tem escondido entretanto,

ainda o sentiríamos

 por todo o lado, forte e apetecível,

 terminando em beleza mais um dia comprido e quente,

 ou brilhando diretamente nos objetos,

 ou deixando-lhes o calor residual de um dia abrasador,

 mas as nuvens taparam-no,

 e que nuvens teriam de ser necessárias,

 ou quantas, densas e escuras,

 para apagarem tamanha luminosidade.

 Mas, como dizia, foi pelas sete e meia, oito horas,  

da noite, que ela tombou sobre nós,

 primeiro sob a forma de umas gotas ínfimas de nevoeiro,

 para depois, finalmente, se transformar em chuva

 

 

 

 

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