sábado, 29 de agosto de 2020

Sem título

Sentou-se na sua cadeira
de baloiço,
um lugar de eleição junto à 
janela
entreaberta
e sentiu a corrente de ar,
fina e invisível, que fazia
mover, vagarosamente, as
cortinas.
O vento, na sua persistência
meticulosa,
já as rompera em determinados
pontos,
originando, com tanto tempo
perdido,
rasgões verticais na suavidade 
vaporosa do seu débil
tecido, 
Haveriam, ainda, de passar 
por ali, 
talvez um dia,
bandos e bandos de pássaros 
invulgares
que acabariam por mudar 
quase tudo.

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