quinta-feira, 27 de agosto de 2020

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 Era importante sair de trás da cortina, mesmo que sentado junto a ela, sentindo os pequenos movimentos ondulantes que a brisa lhe oferecia.

Eram os pássaros invulgares que lhe faltavam para compor o mundo, 


Dei dois passos, atirei-me de um penhasco e, imediatamente a seguir, abri os braços, que eram muito mais dos que braços, cortavam o vento, suspendiam-me no ar, se fosse preciso,  travando, com a perícias das criaturas com asas, os movimentos do meu corpo. O que vi, inicialmente, foi o reflexo de um pássaro, uma sombra que alargava ou se estendia, conforme a suave ondelação das ondas, e que supús viajar a uma altitude ligeiramente superior à minha. Os óculos cairam-me em queda livre, mal adaptados àquela força da gravidade, mas eu, espantosamente, não tive necessidade deles, via perfeitamente, por causa de tanta luz refletida na água salgada, tanta clareza deixava-me absorver os objetos, nitidamente, como se fisesse parte dos dias inventados. 

Tinha que alcançar terra firme, não porque lhe sentisse necessidade, mas porque ansiava vê-la, após as dunas. apreciar pequenos blocos de cimento geométrico incrustados na superfície terrosa própria da Terra, apreciando o caos, sob a perspetiva das gaivotas. Era muito importante ir para além das cortinas, saltar por cima das andorinhas, que treinavam em família a inevitável partida, fazer memória do que já tinha passado, pairando sobre os telhados das casas, sobre os jardins, aflorando as chaminés ou os plátanos de antes. ou não atino com este novo formato.

Sentou-se na beira da falésia e, com o dedo grande do pé esquerdo, um dedo com uma elasticidade invulgar para o homem comum, tocou na água que rugia lá em baixo atacando raivosamente as rochas.

Estava tão fria que retirou maquinalmente o pé, e encolheu as pernas ficando com os joelhos bem junto aos ombros.



Olhou para o céu, de olhos bem abertos, holofotes que projetavam curiosidade, enormes e planos, após o seu pescoço, lentamente, se ter virado para trás num ângulo de noventa graus.

Esticou um dos seus braços extensíveis, capazes de abraçar tudo, e enfiou a mão aberta dentro de uma das nuvens, para lhe sentir a densidade húmida e aparente.

, mas a forte camada adiposa debaixo da epiderme verde protegia-o dos disparates do tempo.

Estava-lhe no ácido desoxirribonucleico aquela coisa de ser ave.

Até as pequenas flores azuis, rente ao chão, rastos de cores rasteiras

vibravam com o forte vento.

Coberto de penas obrigava-se ao vôo, 

 




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