quarta-feira, 6 de dezembro de 2017

Loja (EI)

Primeiro apontamento,
para um planeamento a curto
prazo:
primavera é profusão de flores.
Seguinte:
estava frio na #loja, as batatas
ao canto, num  estrado,
as ferramentas do outro lado,
o chão era de cimento,
húmido,
e havia umas pipas
de madeira.
Terceiro, já na oitava página:
quando vejo um buraco,
invisível, de céu,
situado entre as folhas instáveis
do outono
(há-de desaparecer, por completo),
salto sempre lá para o meio.
Em quarto, umas impossíveis
ímpares, cinco, em monte de
papel prensado,
sem nada lá dentro.
Em quinto afirmava,
escrevendo,
que a ordem estaria,
muito provavelmente,
trocada.
Em sexto, outra vez nada,
e por último, e em sétimo,
uma impensável recomendação:
passear pelo pontão
evitando as falhas entre as rochas.
De repente,
nem se esperava,
portanto ainda por classificar
como imagem,
uma  casinha térrea,
de paredes de cal,
com um banco à porta.
Entretanto,e como é óbvio,
preencheu-se por completo
o cadernito, muito bonito,
e era o mar azul e a  capa azul,
e as contas.







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