segunda-feira, 12 de junho de 2017

Lustre (EI)

Quando eu era miúda havia um #lustre lá em casa.
De vez em quando calhava-me limpá-lo, uma espécie de tortura chinesa que me inflingiam, sem qualquer necessidade, já que havia uma pessoa paga para limpar.
Era, portanto, pura maldade, e eu olhava para o teto e via aquele pequeno monstro, com dezenas de penduricalhos e outras pecinhas malvadas.
Mas como, e muito justamente, os estudos estavam naquela casa sempre em primeiro lugar, meia hora depois de iniciada a tarefa, já eu estava sentada em frente à escrivaninha ( ninguém se senta frente a uma coisa destas, hoje em dia, é mesmo do tempo dos lustres), com um livro aberto à minha frente, e não raras vezes, sobre a matéria obrigatória, disfarçado, um outro livro dos meu interesses.

Sem comentários:

Enviar um comentário