sexta-feira, 5 de janeiro de 2018

Foz


Vinha ele de viagem, 
o pássaro de cabeça roxa,
quando começou a chover 
muito, 
e ele teve que parar, 
e pousar  no galho de uma árvore 
muito grande, 
para descansar as asas, 
e ali ficou, 
balançando ao sabor 
do vento, 
que era bastante forte.
Vinha a pensar,
pouquinho, 
com a sua cabecinha de ave, 
porque haveria tanto mistério 
associado
aos dias cinzentos. 
e frios,
mas depois, com o seu 
cerebrozinho, pequenino,
de pato,
lá percebeu, que, no verão
em dias de sol, 
sempre nos podemos sentar 
a contemplar o rio
durante dois dias
seguidos,
e ver, lá ao fundo,
a silhueta elegante
de uma ponte,
e também, 
verificar como é engraçado 
a água sentir-se 
quase na obrigação 
de ser 
o espelho ondulado
da grande maioria
das cores.



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