quarta-feira, 6 de maio de 2015

Depois da noite

Dois turistas rebolaram borda fora de um barco, e foram parar ao hospital. Gostaria de reinventar a sua história, mas não percebo nada de barcos, e de turistas também sei pouco. Apenas os vejo, agitados, sob o sol de Lisboa.
Depois, perdoem, mas atirei o pensamento lançado em vôo, e, apesar de não perceber nada de barcos, fui, e irei, inevitavelmente dar ao mar.
Depois, não sei porquê, lembrei-me do bendito acordo, essa maldade, para quem sabe, e para quem não sabe de palavras.
Pelo meio escrevi aquela verdade verdadinha, "o amor como o sinto, verdadeiro, frágil, e incondicional ", e associei-o ao facto da vida ser igualmente vida, sem razão dos olhos, ou luz da existência. Terá é outro sabor!
Depois, senti o cansaço, apanhei a parte do ridículo, do homem a dizer ao médico que a "feze" lhe saía normal, e tive pena não sei de quê, e deu-me para ouvir os passarinhos pendurados na primavera das árvores em flôr, e, imediatamente a seguir, não gostei de ver os passarinhos aqui escarrapachados, mas tarde de mais, porque já estava escrito, indelével e bonito, e depois fui dormir!

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