Enfiavam-se no início da onda,
e saíam do outro lado,
quando ela esmorecia na outra ponta,
eretos e corajosos,
homens e mulheres a enfrentar o mar,
num desporto, rasteiro e espumoso
que invadia a praia,
dissolvia-se na areia, e morria ali.
Um grupo de gaivotas ,
reunidas a apanhar o sol da manhã.
Naquela, por exemplo, cabia tudo,
de tão grande que ela era,
e aquele mar imenso,
sei lá porque o mar imenso
sempre me encanta tanto,
que volto em passeios para o apreciar.
E é por isso que aqui estou,
simples e inofensiva
a gostar de estar em palavras,
e mesmo que mal contadas
que ao menos recordem
vagamente o seu azul arrebatador
e inexplicável.
As lamúrias dos peixes
os segredos das algas,
a #nostalgia das estrelas em noites
sem uma nesga de luar.
Pois se o tenho à minha frente
sempre que me apeteça
em apenas uns quilómetros,
e de todas as formas.
Em quase todo o lado o mar está perto,
e, claro, elas apoderam-se das cidades,
quando têm vontade,
ou quando precisam de abrigo,
porque ele se revoltou e agigantou as ondas,
de forma a causarem medo
por não se estar em terra firme.
As rochas erguem-se altivas e perigosas,
na maré alta,
naquele canto aquoso de murmúrios insondáveis
da água a passar por entre as pedras,
enquanto a areia brilha ao sol.
Cada grão pode ser um polígno de mil lados,
que podem refletir a luz,
e a refleção incidir no céu majestoso,
que por sua vez reflete na superfície do oceano,
e esse vaivem de moléculas na atmosfera
torna a claridade quase insuportável.
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