terça-feira, 16 de outubro de 2018
Ass #Unção
Dizem que uma ocasião estava a Ass Unção a limpar o adro da igreja, quando uma figura de pedra lhe chamou a atenção por se mover, lá no canto do pátio onde estava instalada, parecendo deveras incomodada.
"Psst...," ouviu com nitidez.
"O queres tu , sua velhaca,?" perguntou, revelando alguma confiança com a dita. Mas, como era hábito, ela não lhe respondeu.
Aquilo irritava sempre Ass Unção. Primeiro falava-lhe, e depois ingnorava-a completamente, como se quisesse fingir que não tinha acontecido, que nunca a tinha abordado, para depois ninguém acreditar na sua história.
Já um pouco amedrotada com a situação, de cada vez que ia lá fora varrer sentia a presença dela como se estivesse viva, a senhora lembrou-se de arranjar uma manta velha para a cobrir, e dessa forma deixar de a ver. Quem sabe, pudesse ser solução para o problema.
O anjo, por sua vez, sentiu-se completamente atabafado e cheio de calor, e, passada nem meia hora, Ass Unção viu-se abrigada a ir ver o que se passava com ele. O anjo ardia em febre. A pedra, que antes era branca, estava agora escarlate.
Então, num ritual comprovadamente eficaz, que lhe tinha ensinado sua avó ancestral, ainda dos tempos em que andava tudo nú, sobretudo as pessoas mais pobres, ungiu a boca, a bunda e a barriguita do anjo com um unguento gorduroso, esperando baixar-lhe a temperatura do corpo, unto esse que lhe sobrou de barrar a forma do pão de ló,
Mas foi em vão.
Dizem que a estátua sucumbiu aos seus pés,
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