Zoom concentrou-se o necessário
para comunicar com a mãe,
que estava do outro lado do mundo,
em trabalho.
Imediatamente a seguir,
viu a sua figura, num holograma
refletido , sobre o bulício da vila,
sorrindo, indiferente.
A sua imagem sobrepunha-se
ao tempo odioso do inverno,
destacava-se pelas cores
sépia
da sua figura irreal
(Antes não era assim.
Era mais comum
deixar-se um recado sobre a mesa.
Tirava-se um a folha de
um caderno velho e inútil,
procurava-se uma caneta perdida
no tampo das secretárias
dos quartos das crianças,
ou dentro de uma gaveta,
As mensagens serviam para orientar,
o almoço está no forno,
o dinheiro está acolá),
Entrou na bolha gelatinosa e redonda,
permeável a pensamentos humanos
e infantis,
só para a abraçar.
Como num filme antigo,
ou num sonho etéreo.
Sentiu a sua mão no cabelo desalinhado,
o ligeiro, movimento dos dedos,
as batidas do coração coladas
ao seu próprio corpo
ritmadas e fortes.
pum, pum,
pum, pum.
.
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