quarta-feira, 24 de outubro de 2018
#Beirute (Emendar C)
Abriu a porta do pequeno edifício onde vivia,
num beco escuro.
Pela sua fachada, virada a norte,
o dia luminoso nunca entrava pelas varandas,
e os prédios em redor
tapavam qualquer claridade possível,
também muito porque a rua
era demasiado estreita.
Subiu a escada de madeira gasta,
os cinco degraus que se encontravam
entre ele e a porta da sua casa.
que abriu,
metendo a chave à fechadura das sete chaves,
enferrujada, por causa da humidade.
Depois de entrar, deu-lhe duas voltas.
Atravessou a casa pequena
para chegar aos dois palmos de terra
um pouco descuidados, que havia do outro lado.
Soalheiros.
Lá fora, o lixo amontoava-se nos cantos,
em volumes de folhas secas,
e outros objetos tão leves que
vêm de todos os sítios,
rodopiam no ar até embaterem
contra muros de quintal ao abandono.
São penas de pássaro, pelos de gato e de cão,
empurrados pela brisa com a maior das facilidades,
e ali ficam,
até alguém os retirar para um saco do lixo.
No meio da confusão,
ao lado de uma pirâmide de vasos
de barro, vazios,
enfiados uns nos outros,
sentava-se naquela cadeira.
cujas quatro pernas se encontravam
quase totalmente tapadas pelas ervas,
não obstante, haver no chão, em frente,
um pequeno pedaço de terra batida
que era o lugar dos seus pés.
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