quinta-feira, 16 de junho de 2022

A Barraca

Após  uma grande chuvada, 
Sara saíu porta fora 
para apreciar o regresso do sol.
Havia, 
num dos quatro cantos 
esquecidos do quintal, 
trevos em flor, 
e ela fletiu as pernas 
e afundou um joelho na terra húmida 
para os ver melhor.

O cão #Kim, 
que esperava o fim da chuva
debaixo de um telheiro improvisado, 
assim que deu por ela, 
ainda nem a tinha visto 
já percebera a sua presença,  
começou a abanar a cauda 
de felicidade, 
com o corpo ondulante de alegria 
acompanhando a excitação.

Sara levantou-se 
e sacudiu a terra 
que lhe ficara presa 
no joelho sujo.

Fez trinta festas ao animal, 
enquanto este lhe lambia 
os cabelos espessos
e engolia algumas partículas 
da fuligem de uma fogueira  
a luzir ainda do fogo da noite,
e que o pai preparara 
com madeiras que buscara 
pelo bosque.

Todos os dias 
se chegavam ao seu calor crepitante
enquanto as brasas incandescentes 
brilhavam 
e eram as chamas 
que refletiam os seus  olhos.







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